Esta crítica a “Thief” na Edge foi das melhores leituras do mês passado. A Edge é uma das minhas publicações preferidas no esquema padrão da indústria (críticas, previews, etc.) porque desenha opiniões e visões que fogem um bocado à norma adolescente que domina grande parte da imprensa generalista dedicada a videojogos. A leitura que a revista faz de “Thief” parece-me bastante acertada, hoje é fácil acomodarmo-nos ao níveis de dificuldade padrão com que os jogos vêm e é frequente assimilarmos a experiência através de uma visão que foi desenhada para um consumidor que hoje quer tudo em cima da mesa.
“Thief” pode ser uma experiência muito fácil e pouco satisfatória, como pode ser algo que é bem mais desafiante. Com algumas modificações podemos alterar toda a mecânica de um jogo e ele apresenta-se de uma forma radicalmente diferente que proporcionará uma experiência gratificante e não à busca da satisfação gratuita de chegar do A ao B num instante com aquela glória de que somos muito bons. Na maior parte das vezes não somos, grande parte dos videojogos hoje em dia é que estão concentrados nessa ideia de avançar porque os produtores sabem que o consumidor-tipo provavelmente desliga-se passado uns minutos se a experiência for minimamente desafiante.
“Thief” tem problemas. Um deles é particularmente irritante: a questão dos diálogos e barulhos citadinos estarem completamente deslocalizados e, por vezes, deturparem noções de proximidade. Mas muito dos problemas apontados noutras críticas são contornados com uma simples escolha nas opções. E esse moldar, seja para mais difícil ou fácil, fazem de “Thief” um videojogo bem melhor do que as primeiras reacções apontam.
Aprender a gostar do remake de "Thief"
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