Excelente artigo. Relaciono-me com isto de certa forma e percebo que os finais dos jogos nem os spoilers são assim tão importantes nos jogos. Aliás, é uma indústria que, em parte, para ser consumida obriga-nos a conviver com spoilers: raramente há uma crítica que não "estrague" a experiência, seja por mostrar partes do jogo e criar expectativa para esses momentos ou por simplesmente dizer que há um twist. Por isso, creio que acabar um jogo é algo que deve ser relativizado. E se não sentimos o desejo da tal libertação, melhor. De outra forma é frustrante.
Tenho uma quantidade de jogos que nunca acabei - e que quero acabar -, tenho uma maior de jogos que deixei quase no final ou que já recomecei n vezes. Na maior parte dos casos não sinto como um desperdício, sinto que vivi grande parte da experiência e isso chega-me. Posso ou não voltar a eles. Ultimamente tenho-me tornado mais completista, simplesmente porque me apercebi que essa é a única forma de criar alguma rotina e jogar sem sentir que o meu tempo é desperdiçado. Deve ser da idade. Se há jogos que continuam a ser abandonados a meio? Sim, claro, ando há meses a tentar convencer-me que era porreiro dedicar-me a sério ao primeiro "Mass Effect".
ps: já agora, rara menção ao final do "Modern Warfare". Não sou o maior fã do modo single player dos "Call Of Duty", mas o primeiro "Modern Warfare" é realmente qualquer coisa. De vez em quando fecho os olhos e ainda me lembro da primeira vez em que joguei aquela missão lá para o final (na Rússia, salvo erro) em que começo a invasão e se a câmara estiver na posição certa assiste-se a um lançamento para o espaço. Parolice ou não, pela primeira vez parecia que estava dentro de um filme.