Free To Play

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Lançado na semana passada, “Free To Play” é um documentário produzido pela Valve em volta de um torneio realizado durante a Gamescom (Colónia) em 2011. A importância deste torneio é que foi o primeiro de Esports onde o prémio foi significativo: um milhão de dólares. O jogo em causa, “DOTA 2”, um dos mais populares free to play da actualidade.

Tenho de confessar que foi difícil convencer-me sobre a potencialidade dos Esports. Comecei a ficar convicto quando me dediquei um pouco a perceber o que se passava em volta do “DOTA 2” e de como se processava. No documentário, que é menos documentário e mais panfleto à volta deste universo, principalmente do jogo, que é da Valve, estabelece-se uma relação interessante entre "DOTA 2" em particular e os desportos reais: é uma equipa, cinco contra cinco, e nos campeonatos há um treinador/manager que gere as decisões da equipa. E com a localização por país da maior parte das equipas, isto torna a competição bastante interessante.

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Contudo, o que realmente me desperta a atenção para a comparação com o desporto é a existência de um só mapa no universo de “DOTA 2”. Um único mapa é uma espécie de ringue real, sempre com as mesmas dimensões e com as mesmas regras. A única diferença pode ser o factor casa, mas cada equipa começa num de dois pontos diferentes do mapa e isso pode ser decisivo.

“Free To Play” é realmente panfletário e preocupa-se demasiado em desenhar um futuro que me parece possível, mas soa um bocado ridículo o desejo de emancipação em relação aos desportos reais, por assim dizer. Soa a briga de escola entre os nerds e os tipos de desporto e isso é uma luta desnecessária para os Esports provarem o seu valor competitivo. Aliás, é algo que não precisa de acontecer, porque já há por todo o mundo, muitos jogadores profissionais e alguns países, principalmente na Ásia, onde este tipo de competição é maior do que alguns desportos, senão todos, a julgar pela mensagem que é transmitida. Seja porque razão for, é uma realidade.

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E essa realidade deveria ser suficiente para acabar com o discurso de briga de escola. Assim, dificilmente, por mais dinheiro e adeptos que potencie, conseguirá emancipar-se. Mais como curiosidade do que pelo seu valor, “Free To Play” vale a pena ver. Seja no Steam, gratuitamente, ou no link abaixo.