Viver-Jogar

Estamos a poucas horas do lançamento oficial de "Grand Theft Auto V" (infelizmente, para mim, só me vai chegar às mãos daqui a uns dias). As críticas começaram a sair hoje de tarde e correspondem mais ou menos ao que se esperava: já se diz que é um dos melhores jogos de sempre. Algo perfeitamente compreensível, a maior parte dos "Grand Theft" Auto sempre se enquadraram nessa categoria quando saíram. Sempre fui um jogador doente pela série, desde o primeiro e passando pelas versões para as consolas portáteis (o "Chinatown Wars" é dos meus favoritos, até). E o único problema da série "GTA" é que com o tempo vamos descobrindo que não são jogos tão perfeitos quanto imaginamos inicialmente: têm os seus problemas.

É por isso que é muito frequente considerar "Grand Theft Auto IV" como um dos jogos mais sobrevalorizados desta geração. Não porque não seja incrível, mas porque foi colocado na altura da sua saída num patamar que mais tarde se veio a perceber que era exagerado. E a razão é simples: algumas das mecânicas do jogo são pouco funcionais. E isso foi-se adensando ao longo dos últimos cinco anos, quando alguns jogos do mesmo género foram mostrando que se poderia fazer quase tudo o que "Grand Theft Auto IV" fazia mas com uma condução porreira e um melhor sistema para o uso de armas. Vem-me à memória "Sleeping Dogs", mais do que a história ou a diversidade de coisas para fazer, dava-me prazer conduzir por Hong Kong e usar as diferentes armas, bem como o combate corpo-a-corpo, muito próximo dos "Batman Arkham", embora sem aquele toque quase-perfeito. 

(Também é verdade que poucos oferecem um mundo tão satisfatório como os "GTA". Até mesmo os primeiros. É difícil não gostar de viver-jogar neles.)

Segundo parece, e isto "parece" desde que se começou a falar mais de "GTA V", esses problemas deixaram de existir. Espero bem que sim. Nos últimos anos aprendi a valorizar imenso mecânicas intuitivas e que não estejam sempre a castigar o utilizador. A verdade, e sem ainda ter jogado, é que "GTA V" parece-me o jogo perfeito para me perder completamente. Não exagero quando digo que é o jogo que mais quero jogar nos últimos anos. Até mais do que tocar numa PS4 ou Xbox One (Ok, há "Titanfall", mas ainda não vi o suficiente para me deixar completamente em êxtase, mas pelos relatos parece que isso se justifica e muito mais). E ainda há o "GTA Online", que me parece tão ambicioso que nem consigo acreditar (e digo isto de uma forma muito positiva). Vai-me mesmo custar viver os próximos dias com "GTA V" nas lojas enquanto espero que o carteiro me entregue o bendito pacote. 

O "GTA IV" é um dos meus míticos Coito Interrompido. É um jogo que nunca consegui acabar: a minha PS3 morreu com el lá dentro quando tinha mais de quarenta horas de jogo. Estava perto do final. Isto foi numa altura em que não havia armazenamento online e perdi o save file para sempre. Nunca consegui voltar. Quis muito, mas nunca tive coragem para refazer tudo. Talvez um dia. Acredito que sim.